Tudo sobre prótese de silicone - parte II

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Vamos dar continuidade ao post que começamos a falar aqui sobre Prótese de Silicone, tirar mais algumas dúvidas. Caso vocês queiram ler novamente a primeira parte, é só clicar aqui.

6) A prótese pode mesmo estourar ou explodir com um impacto brusco?

Há relatos esporádicos de ruptura do implante pós-trauma externo, como quedas de grande altura ou impacto de material em alta velocidade. Em sua maioria são implantes muito antigos, já com desgaste natural e que possuíam um número menor de camadas de revestimento. Todavia, em condições normais e sendo o implante de última geração e com as características já mencionadas, como texturização e coesividade, a probabilidade deste evento ocorrer é praticamente nula. Vale lembrar que ainda existem implantes salinos (preenchidos com soro), muito utilizados nos EUA, e que apresentam o risco de ruptura e saída do soro fisiológico.

7) A colocação de próteses interfere no exame do toque e um possível diagnóstico precoce do câncer de mama? Quem tem prótese é mais propensa a desenvolver o tumor?

Em relação à cirurgia de aumento de mama, vários trabalhos científicos que avaliaram mulheres com e sem implante de silicone mostraram que a incidência de câncer de mama é semelhante nos dois grupos avaliados e não há qualquer relação entre o implante e o desenvolvimento do câncer.

Todavia, um trabalho muito interessante, publicado em 2006 por Handel e Silverstein da Universidade da Califórnia/Los Angeles (revista Plastic and Reconstructive Surgery) avaliou mais de 4000 mulheres que tiveram diagnóstico de câncer de mama e comparou quanto a incidência, momento do diagnóstico e tamanho do tumor no grupo com e sem cirurgia prévia de aumento de mama. Observou-se que a incidência de câncer e o momento do diagnóstico foram semelhantes nos 2 grupos avaliados. Todavia, nas pacientes com prótese de silicone observou-se que os tumores foram detectados em um tamanho menor que nas pacientes sem prótese. Tal fato, os autores atribuíram que a presença da prótese de silicone serviria como um anteparo no momento do auto-exame e aumentaria a sensibilidade na palpação de tumores menores e facilitando desta forma o auto-exame.

8) É mais difícil realizar mamografia em quem usa prótese nos seios?

Existe a necessidade de aparelhos e posicionamento especial de modo a deslocar a prótese da frente da mama e desta forma permitir uma adequada visualização do parênquima mamário. Atualmente, em bons centros de radiologia e com técnicos preparados e radiologistas experientes, a dificuldade de posicionamento e visualização ocorre em uma porcentagem mínima de mulheres. Antes do advento da ressonância magnética e com a menor experiência dos radiologistas na avaliação de pacientes com implantes de silicone, havia uma menor sensibilidade da mamografia na avaliação de toda a extensão da glândula mamária. Atualmente, com a maior experiência nas cirurgias plásticas de mama e a utilização de outros exames em associação com a mamografia, como o ultrassom e a ressonância magnética, este aspecto negativo é desprezível. Neste grupo em específico, pode-se complementar o exame de imagem com análises complementares, aumentando desta forma a sensibilidade na visualização de toda a mama.

9) Durante o tratamento do câncer de mama a prótese de silicone já implantada pode atrapalhar?

De maneira geral não. Atualmente, a prótese de silicone é uma das principais técnicas de reconstrução mamária empregada após a retirada do tumor. Em algumas situações, existe a necessidade de um maior planejamento técnico e pode existir a necessidade de troca desta prótese e simetrização com a mama contra-lateral. Todavia, o tratamento é semelhante ao realizado em pacientes sem implantes.


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